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domingo, 10 de janeiro de 2010

SALINAS DE RIO MAIOR

Se as salinas existem perto do mar, muitos de vós perguntarão como é possível elas existirem em Rio Maior que fica a cerca de 30 Km do mar.

Tudo tem uma explicação e esta até é bem simples e fácil de perceber.

Elas ficam na base da Serra dos Candeeiros que é essencialmente formada por material rochoso calcário. Logo, de fácil impermeabilização por parte da água das chuvas. Por isso, muitos rios em vez de correrem à superfície terrestre acabam por se infiltrarem e correr a nível subterrâneo.

Uma destas correntes de água, ao atravessar uma jazida de sal-gema, faz com que a água fique extremamente salgada.

Reza a história que há muitos milhões de anos existia mar nesta zona. Daí, a existência desta jazida de sal gema.

As salinas são, actualmente, abastecidas electricamente através da puxada das águas subterrâneas para um poço que existe no meio delas.

(Ainda se notam vestígios do processo manual que era utilizado há alguns anos atrás, e cujos restos se podem observar em 2 grandes paus inclinados junto ao tal poço).

Depois da água ser sugada através dessa actual mota-bomba, ela é distribuída através de canais por todos os 8 tanques ali existentes.(depois cada tanque é subdividido em outros de menores dimensões).

De seguida vem todo um processo que é demasiado conhecido: a água em contacto com o sol e o vento ( e porque longe do mar o ambiente se torna mais seco e quente esta transformação é bastante rápida), dá origem à evaporação da água.

Ao fim de 6 dias a água desapareceu e ficaram os cristais de sal.

São retirados manualmente,sendo utilizadas pás de ferro para os raspar do fundo os tanques e são colocados nas chamadas eiras, estrados de madeira que se podem ver ao longo dos tanques.

Passadas 60 h ele é retirado em sacos ou em carrinhos de ferro e tem como destino o armazenamento na cooperativa. A partir deste local é distribuido pelo mercado.

Há também uma explicação para o facto de os produtores se terem organizado numa cooperativa:
Quase todos os produtores de sal são agricultores. As salinas só são exploradas nos meses de Verão (Maio a Setembro).

Como cada um apenas faz a exploração de um pequeno tanque , logo, prevê-se que daí não advenha qualquer lucro. Com a formação da Cooperativa em 1979 isso deu origem a uma melhor organização e maior e mais rentável produção, pois estas minas , em exploração constante durante a época estival são altamente rentáveis.

Ao longo da rua que dá acesso às salinas podemos ver pequenas casa de madeira que foram adaptadas a casa de comércio e petiscos.

Antigamente era nelas que o sal era guardado.

A escolha deste material-madeira- foi feito devido ao facto de ela não ser corrosível com o sal. Podemos ver troncos de madeira de oliveira em todas elas, que funcionam como suportes laterais da sua estrutura.

Um pormenor engraçado prende-se com as fechaduras de madeira. Aparentemente todas iguais mas o certo é que não há 2 iguais.

São ainda umas chaves grossas, com um orifício na ponta. Ao entrar na fechadura, sempre na posição de virada para cima, isso faz com que a tranca se solte.

Entre os muitos produtos artesanais que podemos comprar por estas bandas há dois que são mesmo típicos daqui: as mocas de Rio Maior e os queijinhos de sal.

O que são queijinhos de sal?

É sal enformado que depois é cozido em forno de lenha a alta temperatura. Então, ao raspá-los, retiramos os cristais que podemos utilizar na nossa cozinha.

A altura para esta minha visita não foi a melhor, pois os tanques apenas têm água das chuvas. O interessante será mesmo uma visita no auge da sua laboração, para vermos então as diversas fases desta intensa laboração.

Encontramos ainda alguns pormenores dignos de registo, tais como a pequena floreira e o lavatório à porta desta casa de petiscos e que, em tempos ancestrais faria a delícia de qualquer das nossas avós.

Ah sim..... quarto que se prezasse tinha de ter um lavatório assim. Só lhe falta a bacia a aparar a água lá em baixo e o jarro de esmalte ao lado.......pois a toalha já lá está!

lol lol

11 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Mas que bela reportagem, Hiltom! Tanta vez que eu passei nessa serra, na altura em que não havia auto-estrada, mas nunca visitei essas salinas. Mais uma prova das belezas que temos cá dentro, é uma questão de as saber explorar.

Beijoca!

Bruno disse...

Para quem gosta do Blogue do Rafeiro, lamento informar que ele colocou um post onde se despede por falta de tempo.
Entendo pois ele escrevia todas as semanas e isso ocupa algum tempo.
Como ele bloqueou os posts no blogue dele, criei um post de agradecimento e despedida para ele saber que tem o apoio dos leitores.

Peço desculpa estar a usar este espaço para passar esta informação.
Obrigado.

Anónimo disse...

REsposta a BRuno:
Eu já sabia da novidade.
Ele vai voltar, descansa!
O que não volta é tal como vinha sendo hábito.É realmente muito difícil uma pessoa manter um blogue com a assiduidade e com o desempenho tão atento e em cima da hora a todas as visitas. Já "falei" com ele sobre isso.

tulipa disse...

Descobri hoje este blog e partilho do mesmo sentir:
FOTOGRAFAR É PARA MIM, TAL COMO A COMIDA, UMA NECESSIDADE.POR ISSO, VOU CAPTANDO IMAGENS DOS LOCAIS POR ONDE PASSO.UNS MAIS BELOS QUE OUTROS, MAS TODOS DIGNOS DE UM REGISTO.

Neste momento está patente ao público uma exposição minha, com fotografias de uma viagem à Índia.
Boa semana.

Sofá Amarelo disse...

Puxa, quando me lembro das salinas vem-me à memória um restaurante que há ali perto que tem as melhores entradas do mundo... e sobremesas também!!!

turbolenta disse...

RESPOSTA A SOFÁ AMARELO

HUM... e onde é? onde é?
Quero saber!
Para "investigações" deste género contem comigo.
lol lol

Alma Minha disse...

Sem dúvida que dá sempre gosto passar por aqui... gostei da reportagem e fiquei com vontade de visitar!
Beijo

tulipa disse...

Parabéns pela reportagem completa e muito bem feita.

Trago-te uma notícia que é uma excelente oportunidade para fazer belas fotos.

No dia 7 de Março, às 14h30, a Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental da Câmara Municipal de Lisboa organiza um passeio ribeiro por Lisboa. O percurso de cerca de cinco quilómetros "destaca a importância da situação geográfica da cidade de Lisboa e a sua relação com o rio Tejo, desde a antiguidade até aos nossos dias", descrevem os organizadores.
"Durante o percurso, é possível a título facultativo, assistir ao filme “Lisbon Experience” e visitar o miradouro do Padrão dos Descobrimentos, opção que implica o pagamento de 2€ no local".
Ponto de encontro: Módulo LxAmbiente, no Jardim Vasco da Gama, em Belém.
A actividade realiza-se com um mínimo de cinco participantes e tem uma duração de três horas. Aconselha-se roupa e calçado confortável.
Contactos:
Telef: 21.817.02.04
Email: desa@cm-lisboa.pt

Bom fim de semana.

mara disse...

O nosso país de locais lindissimos e repletos de história.

Mara

Turismo de Rio Maior disse...

Bom dia,
Muito obrigado por divulgar as nossas Salinas.
Uma vez que é um apaixonado pela fotografia, aconselho-o a fazer uma nova visita às Salinas de Rio Maior. Neste momento as Salinas estão em plena época de produção, o que significa que estão lindissimas!!!
Ficaremos a aguardar a sua visita.

Blog do Turismo de Rio Maior:
www.turismoriomaior.blogspot.com

Cumprimentos

Tânia Barreira disse...

a visitar sem qualquer margem para dúvidas, ou não fosse na minha terra!
Espero que tenha gostado e volte!